Estágio é contrato civil para futuro trabalhador

terça-feira, 20 de agosto de 2013


Estágio é uma relação de aprendizagem na qual o estudante pode colocar em prática os conhecimentos acadêmicos num ambiente profissional.

É uma oportunidade de adquirir experiência dos desafios que irá vivenciar na profissão escolhida. Ao longo dos últimos oito anos o Ministério da Educação (MEC) monitorou um significativo aumento no número de formandos na educação superior. Se em 2002, cerca de 467 mil pessoas se formaram, em 2009 o número saltou para 959 mil egressos. 
Dados do Censo da Educação Superior de 2009 apontam ainda para um número de matrículas na educação superior brasileira de quase cem por cento: subiu de 3,5 milhões para 5,9 milhões no período. A região Sudeste concentra o maior número de matrículas — 2.516.712, que representam 49,2% do total. No Sudeste a maior parte dos alunos (55,3%) está em instituições particulares. 

Considerando os números buscar um estágio é uma tarefa que exigirá alguns cuidados: como elaborar um currículo completo, apresentar-se com pontualidade para entrevistas, demonstrar cuidado com a aparência, ter pró atividade e auto confiança e cuidado para não passar uma imagem de arrogância e saber como se comunicar. A entrevista é um diálogo, “exponha suas qualidades e também ouça o que o entrevistado tem a dizer”, apontam dicas de um panfleto do Centro de Integração Empresa- Escola do Paraná (CIEE-PR). 
Outra preocupação dos estagiários diz respeito aos direitos nessa relação. Embora pareça, os estudantes não contam com uma relação de trabalho, mas sim de outra natureza. Tanto que a Lei do Estágio, em vigor desde 2008, é tutelada por uma Lei Civil. 
A coordenadora do Curso de Direito das Faculdades Opet Alessandra Matos nos esclarece as suas diferença. “Uma Lei Trabalhista é aquela que o funcionário possui vínculo empregatício com o empregador, assina carteira, o funcionário tem direito aos benefícios de praxe, como o 13.º salário, férias e terço de férias entre outros”, explica Alessandra. Já a Lei Civil é regida por contrato, não existe um superior na relação. O estudante está ali para aprender. As partes fixarão um salário e vale transporte, e assinarão um acordo.
Lembrando que quando o mesmo é desrespeitado o estudante pode recorrer à Justiça para que esta faça valer os direitos, “porque ambas as Leis precisam ser respeitadas”, finalizou Alessandra Matos.

Encenar também pode auxiliar aprendizagem

sábado, 17 de agosto de 2013


Desde os tempos de Platão o teatro é utilizado com a intenção de educar. O sábio defendia que até os 10 anos, a educação deveria ser predominantemente física e constituída de brincadeiras e esportes. A ideia era educar a criança para a vida toda. Em seguida, começaria a etapa da educação musical (abrangendo música e poesia), para se aprender harmonia e ritmo, saberes que criariam uma propensão à justiça, segundo o Filósofo. No passado, estas atividades de expressão dramática buscavam agregar valores aos cidadãos. Era o meio utilizado para expandir os conhecimentos, e formar uma personalidade. O diretor do Cena Hum, George Maeda explica que um dos benefícios ao se estudar teatro é fazer com que a criança participe e represente, e isto inclui a vantagem do aluno aprender a improvisar. Desenvolver a oralidade, a expressão corporal, a impostação de voz, além de aprender a se entrosar e trabalhar em equipe. É o que assina embaixo o jovem ator Higor Augusto de 15 anos, que já escreveu várias peças, muitas apresentadas na própria escola. “O que de melhor eu tirei das aulas de teatro é aprender a trabalhar em equipe”, avalia. O lado emocional também é trabalhado, e a criança adquire autoconfiança, desenvolve a redação, apreende disciplina e entra em contato com textos clássicos. Uma vez por semana, no Cena Hum, as crianças fazem leituras de obras de renomados escritores, para desenvolver e incentivar a imaginação. Muitas crianças saem das escolas de teatro para a televisão, mas Maeda diz que este não é o foco. “ ”O objetivo é que a criança descubra a importância da arte na vida, descubra o seu mundo”. Desde a época da colonização o teatro fez parte de nosso cotidiano. Os padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega o utilizavam como forma de catequizar os índios que aqui estavam. O teatro infantil, surgido no Brasil a partir dos anos 1970, hoje é apresentado como função pedagógica também. A pedagoga Livia Castanheira, fala que “muitas crianças começam a fazer teatro porque são diagnosticadas com alguma deficiência cognitiva, ou são encaminhadas por psicólogos, neurologistas. O teatro pode ajudar em seu tratamento, pois contribui para o desenvolvimento da expressão e comunicação”.


Formando plateias — A cirurgiã dentista Maria Inês Lopes começou a levar seus filhos ao teatro quando a mais velha, Laura, tinha um ano. Maria Inês a levava para assistir peças do teatro de bonecos que se apresentava no Largo da Ordem. Hoje, Laura tem 16 anos, e Enzo, o mais novo, 13. O gosto pela arte se desenvolveu tanto que eles já cantaram no Coral Brasileirinho, e participaram de diversas peças como atores. Enzo já fez teatro até para a Volvo em eventos que a Empresa realizava para apresentar seus maquinários, orgulha-se a mãe. A dentista afirma, “que são muitos os benefícios do teatro”. Mas o que ela aponta como principal aprendizado é que seus filhos se tornaram crianças desinibidas, disciplinadas e pacientes. “Até porque, é necessário fazer uma cena várias vezes até que fique boa”, finaliza Maria Inês. 

Jornalistas são treinados para morder.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013


http://sindijorpr.org.br/artigo/jornalistas-sao-bulldogs-treinados-para-morder/11

Au...au...

“Jornalistas são bulldogs. São treinados moralmente para morder. Aprendem cedo, na faculdade ou com os mitos e histórias que cercam a profissão, que “jornalismo é oposição", disse o ex-prefeito de Curitiba, Rafael Grecca. 
Nossos políticos ainda insistem em pensar e dizer que ninguém pode se opor a suas ideias ou contradizê-las. Talvez seja por isso que os jornalista são visto de forma tão desprezível por esses indivíduos, por serem ainda que conseguem muitas vezes perguntar a eles o que ninguém mais pode, pelos muros que eles impuseram entre político x cidadão.
Muitas vezes na frente das câmeras eles precisam fazer o papel de melhor moço, e fazem, mas as máscaras uma hora caem.
Mas a realidade... é que o jornalismo sério é oposição sim, e incomoda principalmente alguns políticos. O jornalista se opõem a miséria que o povo vive, a falta de saúde, de segurança pública e batalha junto com o povo por uma realidade melhor. Faz emergir denúncias do uso de carros oficiais serem usados para levar filhos de policiais do alto escalão para a escola, de mensalões, de furos de caixas municipais de R$ 500 míseros milhões, de dinheiro colocado em cueca, entre muitas outras...
O dia que talvez acordarmos, e o mundo esteja todo pintado de rosa, neste dia não vamos mais precisar da imprensa e nem precisar ser oposição. A imprensa tem poder para transformar tudo? Não, não tem. Mas é a responsável em informar e contar ao povo o que esta acontecendo e precisa continuar desenvolvendo seu trabalho como o faz, com muita dignidade e sendo oposição.
Que os bulldogs continuem latindo e latindo muito alto para incomodar. Já que nada os tira de sua zona de conforto!


Ecos da Revolução Federalista

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Gumercindo Saraiva (terceiro sentado, da esquerda para a direita) com oficiais

A Revolução Federalista começou no sul do Brasil e teve como causa a vontade política de parte da população de libertar o Rio Grande do Sul do tirânico Júlio Prates de Castilhos, à época presidente daquela Província. Disputas locais sangrentas acabaram em guerra civil ocorrida entre fevereiro de 1893 e agosto de 1895 e vencida pelos seguidores de Júlio de Castilhos, os chamados “pica-paus”. A luta armada atingiu regiões do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, chegando ao Paraná. O atrito se dava entre os que procuravam a autonomia estadual frente ao poder federal (apelidados de maragatos) e o que se mantinham com Floriano Peixoto, presidente da república altamente centralizador.
Quando Gumercindo chegou a Curitiba, em 1894, as tropas florianistas deixaram a cidade desguarnecida, abandonaram suas defesas e recuaram, mantendo poucos soldados na defesa da população, que ficou entregue à própria sorte. Os soldados gaúchos tinham vindo da Lapa, onde haviam enfrentado uma resistência feroz durante 26 dias- o chamado cerco da Lapa. Estavam enfraquecidos e buscavam se reorganizar e obter novos recursos para a campanha.
Na tentativa de evitar saques, mortes e estupros, os políticos que não haviam deixado a cidade, comerciantes e industriais fizeram um acordo com Gumercindo Saraiva. Nele, ficava estabelecido que, se a população não sofresse violência por parte dos magaratos, a comunidade lhes pagariam um tributo de guerra. Com o acordo estabelecido, a cidade foi poupada.
Após sucessivas lutas e atos de heroísmo, os federalistas foram derrotados e, com a volta das tropas legais à cidade, foi feito um sangrento “acerto de contas”.
Em Curitiba, durante a invasão, o povo achou por bem recorrer a Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, principal industrial da cidade e fundador da Associação Comercial do Paraná. Serro Azul criou uma  junta Governativa do Comércio, que reuniu recursos para um “empréstimo de guerra” e foi Gumercindo a fim de negociar a preservação da comunidade e da cidade.
Finda a revolução, foi a vez de Floriando Peixoto prestar contas com todos aqueles que julgava apoiadores dos rebeldes. No Paraná, dezenas de pessoas, entre civis e militares foram executados sumariamente – foi o caso do Barão do Serro Azul, fuzilado no quilômetro 60 da ferrovia  Curitiba – Paranaguá; em Santa Catarina, o número de mortos chegou a centenas.
A Revolução Federalista foi vencida pelo governo em junho de 1895, no combate de Campo Osório, no Rio Grande do Sul. Saldanha da Gama, possuidor de um contingente de 400 homens, lutou até a morte contra os “pica- paus” comandado pelo general Hipólito Ribeiro. A paz finalmente foi assinada em Pelotas no dia 23 de agosto de 1895.
Obrigado a recuar na fronteira das Províncias do Paraná e de São Paulo, Gumercindo Saraiva iniciou o seu retorno ao Rio Grande do Sul. Em sua marcha ao longo de todo o conflito, da partida de Jaguarão (RS) até o retorno ao Rio Grande do Sul, o Saraiva e suas tropas percorreram a cavalo um trajeto de mais de três mil quilômetros.
Em 27 de junho de 1894, Gumercindo enfrentou sua última batalha. No dia 10 de agosto morreu com um tiro no tórax, disparado à traição, antes de iniciar a Batalha do Carovi (no município gaúcho de Santiago). Dois dias depois de enterrado, seu corpo foi retirado da cova, teve a cabeça decepada e levada em uma caixa de chapéu ao governador Júlio de Castilhos. Seu corpo, mais tarde, foi levado e sepultado no cemitério municipal de Santa Vitória do Palmar – sem a cabeça.
Lendas – Entre lendas e fatos sobre o General Gumercindo Saraiva encontram-se duas histórias famosas, verdadeiras, relativas à sua estada em Curitiba. Numa ocasião em que os seus soldados foram acusados de roubar uma coleção de moedas do Museu Paranaense, a título de ressarcimento Gumercindo Saraiva doou sua espada ao acervo da instituição, onde se encontra até hoje.
Em outra ocasião, um soldado de nome Diniz matou uma mulher com uma navalha. Irritado, Gumercindo o condenou à morte por decapitação.



Laranjas Mecânicas – aventuras dos taxistas de Curitiba

segunda-feira, 5 de agosto de 2013


Carros laranja em ruas cheias de som e fúria. Hora do rush de trânsito fechado por automóveis, motos, ônibus e pessoas. Em certos momentos, Curitiba já é uma espécie de “mini São Paulo”, de circulação coagulada, raiva e tédio. Os taxistas, por certo, estão sujeitos a todos esses fatores. Alguns são educados, outros secos, ríspidos, simpáticos. Outros, ainda, têm muitas histórias para contar, nascidas de uma vida profissional caracterizada, essencialmente, pelo contato com outras pessoas.
Fato é que, com as idas e vindas de passageiros, os taxistas aprendem muito sobre a condição humana. Como normalmente estabelecem relações rápidas e sem compromisso, acabam se transformando em confidentes, “psicólogos” e “advogados” de muitos de seus clientes. Em suas andanças pela cidade, acumulam histórias incríveis, que se revelam em boas conversas. De fantasmas, situações e passageiros estranhos ou perigosos. Nesta matéria, selecionamos personagens desse ao mesmo tempo prosaico e extraordinário meio. Com os leitores, os taxistas e suas histórias!

Um estranho passageiro - Nossa primeira inusitada história de taxista nasce em um ponto na Praça Tiradentes, onde encontramos Edivaldo dos Santos Padilha, profissional do volante há 22 anos. Segundo ele, a corrida inesquecível aconteceu há cerca de quinze anos, quando precisou transportar... um morto!
Seu “causo” não traz fantasmas ou ectoplasma, apenas uma situação que poderia ser vivenciada por qualquer taxista, mas que nem todos encarariam. Ele foi procurado por um casal do interior, cujo filho havia falecido havia pouco. Como não tinham dinheiro para contratar o serviço de transporte de uma funerária, resolveram apelar aos motoristas de praça. Edivaldo foi contatado e, depois de acertar o preço, levou a família para casa. O corpo do filho, devidamente preparado para o velório, foi colocado no banco de trás. A não ser pela tristeza dentro do carro, a viagem transcorreu sem problemas. Pensado bem, nem poderia ser diferente. Ao amanhecer, chegou à cidade e, depois de receber o pagamento, retornou a Curitiba. “Não tive medo, de forma alguma. E, ao voltar, estava sentindo um sentimento de dever cumprido”, comenta.

Cabelos curtos e liberdade - Ketley Souza Lima, 29, é uma mulher de jeito frágil. Taxista há um ano, trabalha de madrugada. Para se proteger, adotou certas medidas: trocou o corte Chanel por algo mais simples - "com os cabelos curtos, sou menos assediada" -, abandonou os decotes e se veste do jeito mais “invisível” possível.
A ideia de ser taxista nasceu por acaso. Como gostava de fazer cursos, decidiu fazer o Táxi-Tur, programa de capacitação oferecido pela Urbs. Ao saber do salário dos profissionais do volante, se interessou. Assim que terminou o curso, foi chamada pelo Rádio Táxi Sereia. "É uma das centrais que mais admitem mulheres" explica. Como o único horário disponível era o noturno, decidiu encarar, mas com cuidados: Ketley não pega pessoas que julgue suspeitas e não faz corridas para certos bairros. E, pelo menos até agora, não foi assaltada.
Sua história mais inusitada aconteceu no último Natal, quando atendeu uma mulher e o filho de cinco anos, que estavam atrás do marido/pai fujão, procurado nos bares do centro da cidade. “A passageira se sentiu muito à vontade, talvez por eu ser mulher”, analisa. O marido fujão, é claro, não foi encontrado, mas não deve ter tido um réveillon dos mais tranquilos...

Quatro décadas de muitas histórias - Floriano Vaz trabalha como taxista em Curitiba desde 1973. Em quase quatro décadas de profissão, ele já viu praticamente de tudo, inclusive em termos de tecnologia automotiva. O táxi, este é novo: um Chevrolet Meriva com um belo sistema de ar condicionado, para garantir qualidade de vida nos meses mais quentes do ano. Ele, no entanto, começou dirigindo um Fusca 71. Naquela época, recorda, o trânsito era muito mais tranquilo. Tanto, que não se ouvia falar em assaltos a taxistas, ocorrências comuns hoje em dia. E que, muitas vezes, envolvem uma dose elevada de crueldade por parte dos bandidos. “Até 2005, nunca tinha sofrido um assalto. Naquele ano, porém, foram três, e eu pensei seriamente em largar a profissão”, comenta.
Mesmo antes desses assaltos, porém, seus dias de trabalho, vez por outra, eram bem movimentados. Como em 1985, quando atendeu uma chamada no Parolin, de um rapaz que havia sido esfaqueado e precisava ser levado ao pronto-socorro. Ou, então, do caso envolvendo uma mulher que queria porque queria saber onde o noivo ia quando não estava com ela. O fato é que, certo dia, o noivo contou que ia a um lugar – e ela pegou o táxi para confirmar o endereço. O “dito cujo”, é claro, não estava no endereço informado, mas na casa de um amigo na maior esbórnia.
Por estes dias, Floriano Vaz quer mais, mesmo, é trabalhar sossegado, sem se arriscar nem viver aventuras muito extravagantes. As corridas são escolhidas a dedo, para evitar sustos. “Não quero ficar passando por apuros”, sintetiza, demonstrando, com essas palavras, a que ponto chegou a situação da segurança em nosso país.

O caso do cadeirante assaltante e de seu assistente indígena - A história parece mentira, mas seu protagonista garante que a viveu sem tirar nem acrescentar nenhum detalhe. Odilino Messias da Silva, taxista há trinta anos, foi assaltado por um cadeirante – que tinha como comparsa um índio. Nada, evidentemente, contra a capacidade que essas pessoas têm de fazer qualquer coisa (para o bem e, infelizmente, também para o mal), mas a configuração não deixa de ser curiosa.

A história aconteceu há dezoito anos. Tudo começou com um chamado para uma corrida saindo da Praça Dezenove de Dezembro, no Centro de Curitiba. A proposta era de ir para Almirante Tamandaré, município da Região Metropolitana. Os clientes eram pessoas acima de qualquer suspeita: um jovem cadeirante e seu acompanhante, ambos bem vestidos e educados.
A corrida ia bem até que o grupo chegou ao Terminal do Cachoeira, em Almirante Tamandaré, quando os passageiros deram voz de assalto. “O cadeirante encostou um revólver na minha cabeça e disse que queria o dinheiro e o carro”, conta. “O outro me segurou pelo pescoço e disse que era para o comparsa atirar.” Em meio à “muvuca”, Odilino conseguiu se livrar e correu de costas (ou seja, de frente para o carro) para não tomar bala à traição. Chegou a um módulo policial e noticiou o assalto.
Os bandidos, trapalhões, não conseguiam ligar o carro. “Tentavam engatar a marcha, mas não tinha jeito”, explica o taxista. Frustrados, saíram correndo e se esconderam em um terreno baldio, onde foram localizados e presos. Aliás, presos, em termos: o cadeirante era menor de idade e seu acompanhante tinha a proteção da Funai. Ficaram três dias “em cana” e foram liberados. Fim da história – de uma curiosa história de taxista.

A saga de um taxista e de um bebê que não era seu - “Carlinhos” é taxista de um ponto na Cruz Machado, a rua “mais quente” do Centro de Curitiba. Há coisa de um ano, ele recebeu o chamado de uma mãe e seu bebê. A corrida tinha como destino Almirante Tamandaré. Eles chegaram lá e, discretamente, ela “esqueceu” o bebê no banco de trás. Alertada, observou, apenas e tão somente, que não tinha como criá-lo - e deu no pé.
Com o bebê no táxi, Carlinhos foi à delegacia de polícia; os policiais disseram que não tinham como ficar com o bebê, e o aconselharam a levar a criança para uma unidade de saúde 24 horas no Sítio Cercado, onde ela foi acolhida. A última notícia é de que ainda estava lá – a mãe, pelo jeito, ainda não tem condições de mantê-lo...
Voltando ao ponto da Cruz Machado, o taxista fala de sua rotina junto às boates mais movimentadas da cidade. É esse movimento, aliás, que o fez trabalhar lá. “Eu gosto dessa agitação”, confidencia. Sobre os eventuais riscos associados ao lugar, diz não ter medo. “Estou em casa. Trabalho aqui há muitos anos e conheço todo mundo.”
O segredo do sucesso na região é respeitar as diferenças. Qualquer tipo de preconceito, afinal, pode induzir a erros de julgamento. Questionado sobre cantadas, ele diz que as recebe constantemente. “São pessoas de todos os sexos que não têm dinheiro ou não querem pagar pela corrida e propõem um ‘acerto’.” Lógica simples - de um serviço pelo outro.



 
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